Osteoporose – Exercícios em Grupos Especiais
Osteoporose
Nos últimos dois posts, falamos sobre dois grupos de risco bem comuns e importantes de serem comentados: diabetes e pressão alta. Neste post, o tema será a osteoporose. Certamente, ao pensar nesse nome, você já deve saber do que se trata e caso não saiba, esta é uma condição afeta os ossos do corpo humano.
Em outras palavras, a osteoporose é uma condição metabólica que tem como característica a diminuição, progressiva, da densidade óssea. Ou seja, é uma doença (crônica) que acontece ao longo do tempo e atinge os ossos, comprometendo sua resistência e qualidade. Ela faz com que os ossos fiquem fracos e com possibilidade de quebrarem com o mínimo esforço.
Na maioria dos casos, a osteoporose está relacionada com o envelhecimento, mas não quer dizer que não possa correr em outras idades. Se manifesta em ambos os sexos, porém é mais comum em mulheres após a menopausa (devido a queda na produção de estrógenos).
Tipos de Osteoporose
De acordo com a Revista Brasileira de Ortopedia, a osteoporose pode ser considerada primária e secundária. A osteoporose primária se divide em duas partes: Pós-menopausa – ou tipo I e Senil – ou tipo II. A primeira atinge, em sua maioria as mulheres após a menopausa. Já a osteoporose do tipo Senil é um estágio relacionado a idade. Neste caso pode atingir idosos com mais de 70 anos. Sua maior incidência pode ser fratura no quadril e coluna vertebral.
A Osteoporose secundária pode ocorrer devido a algumas condições clínicas específicas, como: hiperparatiroidismo, diabetes mellitus, ingestão de corticosteroides, menopausa cirúrgica, tumores da medula óssea e mieloma múltiplo.
Fatores de risco para a osteoporose
A osteoporose acontece ao longo da vida e de maneira silenciosa. Muitas vezes só aparece em um estágio mais avançado, quando ocorre a primeira fratura, que pode ser de maneira espontânea (como a fratura de uma vértebra) ou de forma induzida (quando ocorre uma queda).
Já sabemos que a osteoporose tem maior incidência em pessoas mais velhas, mulheres pós menopausa e em algumas condições clínicas. Contudo, ainda assim existem outros fatores de risco que podem levar à osteoporose.
- Menopausa: Ao ser interrompida a menstruação, ocorre também a diminuição de estrógenos (hormônio fundamental para manter a massa óssea);
- Envelhecimento: com o avanço da idade, é natural a perda de massa óssea, por isso o cuidado nesta fase;
- Hereditariedade: A osteoporose também pode ocorrer em pessoas que já tem histórico na família;
- Dieta pobre em cálcio: O cálcio, especialmente desde a infância, é fundamental na formação óssea. Sua obtenção a partir da alimentação é imprescindível para prevenir a Osteoporose (leite, queijos, iogurte, espinafre, brócolis, sardinhas e outros);
- Excesso de fumo e álcool: Bom, já sabemos que tudo em excesso é prejudicial, por isso evite se exceder nestes elementos;
- Imobilização prolongada: Ao passar grandes períodos com imobilização de algum membro e sem o devido acompanhamento. O exercício é um importante estímulo na formação e fortalecimento da estrutura óssea;
- Medicamentos: alguns medicamentos, como os corticoides, em tratamentos de longa duração, favorecem a redução da massa.
Tratamentos
Já se sabe que a osteoporose, após diagnosticada, é algo que vai estar presente por toda a vida, pois até o momento não se tem uma cura definitiva. Como tratamento, primeiramente é indispensável identificar o que provocou a condição. Posteriormente, durante o tratamento, deve ter por objetivo: evitar fraturas, diminuir a dor – quando existe – e manter a função dos músculos e ossos.
Evidente que quem vai determinar a melhor forma de tratamento é o médico especialista (com tratamento farmacológico, suplementação ou não). Porém, sabemos desde sempre que a atividade física atua na prevenção e tratamento de doenças, e com a osteoporose não seria diferente.
Com relação aos exercícios físicos, a regularidade da prática pode ajudar a prevenir as quedas que ocorrem devido a alterações do equilíbrio e diminuição de força muscular e de resistência.
Ademais, sabe-se que o treinamento físico gera estímulos para aumentar a captação de cálcio pelos osteoblastos. Assim, pela deformação óssea (originada em exercícios com impacto e também na contração muscular), ocorre aumento da densidade mineral óssea com a realização de exercícios.
Atividade e Exercícios Físicos
Realizar atividade física ou exercício físico – supervisionado – promove melhorias das capacidades: funcionais, muscular, equilíbrio, coordenação, melhoria da flexibilidade e por fim a qualidade de vida.
Sabemos que pessoas com osteoporose tem seus ossos mais frágeis e com isso são mais suscetíveis a fraturas. Isso nos leva a imaginar que, possivelmente, exercícios de impactos não devem ser realizados.
Porém, existem estudos que comprovam a importância do impacto na saúde óssea (como prevenção e no tratamento). Assim, exercícios como caminhada, trote, corridas e etc têm benefícios durante o tratamento.
A musculação também é indicada para quem tem osteoporose e os exercícios devem estar entre baixa e média intensidade. Em estágios iniciais de osteoporose, pode-se considerar a possibilidade de trabalhar com intensidades mais altas.
Não apenas indicada, o treinamento de força é um importante aliado no tratamento da osteoporose, pois durante sua realização, a estrutura óssea também é desenvolvida. Além disso, proporciona o aperfeiçoamento do equilíbrio e é uma atividade de fácil controle de intensidade, sendo considerado seguro, pela facilidade do controle cardiológico. Além do mais, proporciona melhora da coordenação motora e auxilia na prevenção de fraturas.
Como mencionado antes, a osteoporose pode atingir todo o tipo de pessoa e por diferentes razões. Porém, a população de maior incidência desta doença, são os idosos e mulheres pós menopausa. Contudo, este é um grupo bem específico e nem sempre estarão a vontade de estar em uma sala de musculação por diferentes fatores. Por isso, cabe ao profissional entender e estudar as diferentes alternativas para o tratamento da osteoporose.
Além dos tipos já mencionados, vale ressaltar que a hidroginástica, natação, treino funcional e outros, também são atividades que auxiliam no ganho de massa óssea, são fortes aliados no tratamento da osteoporose e servem como alternativas à sala de musculação.
Contra Indicações
Mesmo que exista uma gama de atividades que possam ser realizadas para a osteoporose, existe ao menos um tipo que deve ser evitado: os exercícios que realizam flexão da coluna (por exemplo, os abdominais). Por outro lado, os exercícios que trabalham músculos extensores da coluna lombar, podem ser propostos durante o programa de treinamento.
Agora, se você não é profissional da área de educação física e chegou até aqui para entender um pouco sobre a doença, saiba que além de manter o tratamento correto para a osteoporose (ou seja, evitar fraturas e a dor ocasionada), você deve ficar atento ao ambiente em que a pessoa está.
Existem alguns cuidados simples que podem ser bem úteis para quem tem osteoporose.
- Evitar a flexão da coluna – Por exemplo, se levantar da cama de maneira correta ou algum outro local;
- Troca de piso – Fazer a troca do piso liso para antiderrapante é algo que pode ajudar bastante. Isso pois, com o tempo a musculatura perde sua força e estabilidade.
- Evitar Tapetes – Especialmente os tapetes curtos, que levam a pessoa a tropeçar ou deslizar.
- Animais de estimação – Animais de estimação são maravilhosos, porém, grande incidência de quedas, com relação aos idosos, são ocasionados por eles. Portanto, cuidado com estes adoráveis animais.
- Luz Noturna – A luz vai possibilitar melhor visibilidade, por exemplo, no caminho durante a madrugada até o banheiro.
Por fim, embora tenhamos apresentado algumas dicas, é importante que o profissional de educação física esteja bem informado com relação a osteoporose. A sabedoria sobre a doença será o fator determinante no tratamento dela.
Neste aspecto, a união e troca de informações com profissionais de diferentes áreas vai contribuir de maneira valiosa. Portanto, incentive o seu aluno a ter o acompanhamento de médicos especialistas, fisioterapeutas e até nutricionistas.
Foto Destaque:boavontade.com